A técnica de enfermagem Leila Lima, de 26 anos, foi feita refém por um homem que entrou em um coletivo da linha 125 em Copacabana, Zona Sul do Rio, na manhã deste domingo (7). A ação ocorreu 15 anos após o sequestro ao ônibus da linha 174, que terminou com a morte de uma das reféns, e o caso voltou à memória da vítima. Desta vez, no entanto, ninguém ficou ferido e o suspeito foi detido.
"Eu lembrei da história do ônibus 174. Pensei que pudesse acontecer algo ruim", disse Leila na saída da delegacia. Ainda segundo ela, o suspeito parecia estar drogado e dizia que estavam tentado matá-lo e só queria usá-la "como escudo". O caso aconteceu nas esquinas da Rua Hilário de Gouveia Nossa Senhora de Copacabana, e foi registrado na 12ª DP. O suspeito se entregou à polícia.
Segundo a delegada adjunta Thaiane Moraes, o suspeito — identificado como Anderson Pinheiro dos Santos, de 31 anos — dizia que queria que a imprensa fosse chamada.
"A gente vai pedir um exame para saber se ele estava drogado e as condições psicológicas dele. Nós já temos as imagens da câmera de segurança do ônibus e vamos analisá-las. Segundo os depoimentos dos passageiros, ele não entrou para roubar. Entrou para fazer uma vítima refém e chamar a imprensa. Ele não estava armado", afirmou.
Ainda de acordo com a polícia, ele já tinha passagem por roubo em 2008, na Ilha do Governador, Zona Norte da cidade. Agora, ele pode responder pelos crimes de cárcere privado e por inviabilizar a circulação do transporte público.
Segundo o motorista do ônibus, Edson Pacheco de Souza, 58, o suspeito não estava armado. Ele subiu no coletivo num ponto e escondeu uma das mãos enquanto segurava uma passageira, despertando a suspeita de passageiros e do condutor. "Ele falou: 'Para que eu vou matar'. Parecia estar bem drogado", disse o condutor.
A polícia foi chamada e convenceu o suspeito a se entregar. O local da abordagem fica bem próximo à delegacia. Até 11h45, o coletivo seguia parado nas esquinas das ruas Barata Ribeiro e Hilário de Gouveia.
* Fernanda Rouvenat sob supervisão de João Gonçalves.